Asa Branca
O que faltou na Brasa sobrou para Arizona
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de setembro de 1987
A rigor, nada aproxima "Brasa Adormecida", do brasileiro Djalma Limongi Batista (Cine Ritz), de "Arizona, Nunca Mais", de Joel Coen (Cine Plaza). São abordagens diferentes de histórias, ambientes e personagens que não se relacionam. Entretanto, o fato de ambos terem reduzido público, e, possivelmente hoje em suas últimas projeções, faz com que se possa descobrir um ponto de união: a intensa criatividade e leveza que o jovem Coen mostra em "Raising Arizona" é, justamente, o que falta ao também jovem Batista para que "Brasa Adormecida" conseguisse alçar vôos maiores.
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Boticário comemorou 10 anos com a música das Harmônicas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de maio de 1987
O Boticário não poderia comemorar de melhor maneira seus dez anos de fundação e prosperidade. Patrocinou a edição de um livro de arte para a Secretaria da Cultura ("Tradição & Contradição"), veiculou uma campanha nacional das mais bem boladas, incluindo um encarte em cores, na "Vogue Brasil", com "Nove Visões de Artistas", reunindo trabalhos de mestres das imagens (Williams Biondani, David Zingg, Fernando Lousa, Luis Garrido, Roberto Donaire, Thomas Susemihl, Tuca Reinés, Paulo Vainer e Chico Aragão). Musicalmente, também o Boticário marcou data.
A gauchização do Paraná (vamos nesta, tchê!)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de junho de 1987
O Paraná começa a se gauchizar. O verbo não existe mas pode ser conjugado a partir de algumas constatações que confirmam uma crescente escalada do tradicionalismo gauchesco subindo do Rio Grande do Sul para o nosso Estado.
Evidentemente, que pela própria colonização das regiões Oeste e Sudoeste por migrações gaúchas nos anos 50 e, especialmente, 60, o tradicionalismo sempre encontrou terra fértil no Paraná. Entretanto, aquilo que era visto com um certo preconceito das populações urbanas, no Sul do Paraná, começa a ser, justificadamente, encarada como uma válida manifestação cultural.
Estes violados bem brasileiros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de julho de 1987
Dentro da música popular brasileira, o Quinteto Violado (hoje, 21 horas, última apresentação no Teatro Guaíra) constitui um aspecto especial. Há quinze anos na estrada profissional, este grupo nordestino jamais procurou apenas o esquema comercial, de fácil consumo.
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No rural, a sobrevivência das gravadoras
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de julho de 1987
Gravadoras essencialmente brasileiras, a Continental e a Copacabana há muito já teriam ido para o brejo se não fosse o elenco dito caipira. Na verdade, os sertanejos, urbanos e bregas tem agüentado as pontas nas muitas e cíclicas crises destas duas fábricas, que apresentam fases melhores ou piores conforme os ventos que sopram na fonografia.
Um Brasil musical de todos os cantos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de dezembro de 1986
Se ao longo dos 11 painéis nos quais, muitas vezes de forma pessimista, pesquisadores e estudiosos da cultura popular como o polêmico J. Ramos Tinhorão, o carioca Ary Vasconcelos, o produtor Pelão (João Carlos Botezelli), o animador cultural (e poeta) Hermínio Bello de Carvalho, o pesquisador potiguar Grácio Barbalho, o modinheiro e pesquisador Paulo Tapajós - entre outros -, mostravam a preocupação pela descaracterização da linguagem musical, por outro lado, houve momentos de otimização e de que nem tudo está perdido.
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Disque Amizade ou a solidão na madrugada
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de setembro de 1986
Nesta cidade
De dois milhões de habitantes
Estou sozinho no quarto
Estou sozinho na América
("A Bruxa", Carlos Drummond de Andrade)
xxx
Flor procura pelo Cavaleiro Solitário.
O corujão quer saber o telefone de Penelope.
João Bala insiste com Pink Panther num encontro.
Asa Branca quer simplesmente conversar.
Gonzagão, este monumento vivo de nossa melhor MPB
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de abril de 1987
Há seis anos ("Jornal do Brasil", 20/04/1981), a propósito do 38º elepê de Luiz Gonzaga ("A Festa") dentro de uma carreira devotada, quase exclusivamente a uma única gravadora, a RCA (em 1973, brigou, fez dois elepês na Odeon e voltou como filho pródigo), Tárik de Souza o definia como "Gonzagão, o monumento nordestino".
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Geléia Geral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de abril de 1987
Enquanto Sinval Sá tem a sexta edição de "O Sanfoneiro Do Riacho Da Brígida" incluído como volume 32 da Coleção Pernambucana na 2ª série de livros editados pela Fundação Histórico e Artístico de Pernambuco, conforme aqui registramos na semana passada, outra biografia do autor de "Asa Branca" acaba de sair: "Luiz Gonzaga, O Rei Do Baião - Sua Vida, Seus Amigos, Suas Canções" de José de Jesus Ferreira (Editora Ática, 144 páginas, Cz$ 55,00).
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Geléia Geral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de janeiro de 1987
Como os caminhoneiros garantem uma boa parcela de sucessos de artistas brega, Sula Miranda, uma morena sensual, decidiu aproveitar este segmento para a boa vendagem de seu primeiro lp pelo selo Terra Nova, da gravadora 3M. Afinal, ex-integrante das Melindrosas (1978/80), que chegou a gravar 8 compactos simples e 3 LPs, Sula já ganhou experiência. Das Melindrosas, surgiu Gretchen - outra cantora que usa mais o corpo do que a voz (enquanto Iara e Paula, praticamente desapareceram depois que o grupo se desfez).