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Miécio Caffé

Artigo em 31.08.1981

Até agora, passados cinco meses deste magro (em termos fonográficos) 1981, poucos dos lançamentos feitos pelas fábricas, mereciam, numa análise mais rigorosa, a categoria de "discos do ano" - capazes de serem selecionados para a escolha dos melhores, em dezembro próximo. Felizmente agora começam a aparecer discos da melhor música brasileira, produzidos com esmero, cuidado e que, tranquilamente, justificam a nossa adjetivação.

A vida de Carmen

Pouco a pouco, aparecem os pesquisadores da música brasileira: Abel Cardoso Júnior, da cidade de Sorocaba, SP, após anos de meticulosa garimpagem sobre a vida de Carmem Miranda, acaba de publicar um volumoso trabalho. Em edição do autor, mas impresso na Símbolo S/A, de São Paulo, com capa do pesquisador Miécio Caffé (dono de uma das maiores coleções de MPB do País), "Carmem Miranda, A Cantora do Brasil" (496 páginas),formato 14x21), está sendo vendido diretamente pelo autor, a quem devem ser feitos os pedidos: Rua Dr. Fernando Costa, 129, CEP 18100, Sorocaba, SP.

Livro para Carmen

Pouco a pouco, os pesquisadores de música popular estão mostrando seus trabalhos: em Natal Gracio Barbalho, dono do mais importante acervo de discos 78 rpm, da fase mecânica, prepara um livro sobre a música popular brasileira nos anos 30. No Rio de Janeiro, a Funarte e o Instituto Nacional da Música promovem reedições de obras básicas, há muito esgotadas, como "O Choro" de Alexandre Gonçalves Pinto, "Na Roda do Samba", de Francisco Guimarães (Vagalume), "Chiquinha Gonzaga", de Mariza Lira e "Samba", de Orestes Barbosa.

Documentos

A nostalgia em tempos de consumo americano ocorreu no início desta década. A telenovela "Escalada", com sua divisão em 3 épocas, proporcionou o encaixe de alguns hits dos anos 40, entre os quais "Moonlight Serenade" (Glen Miller), responsável por todo um processo de marketing/consumo, abre a obra do regente daquela big-band.

Justiça a Déo

Ao se propor a realizar a série de reedições para a Continental, utilizando o seu impressionante acervo, o pesquisador João Luiz Ferreti decidiu que não se restringiria aos nomes conhecidos e ainda com uma popularidade capaz de garantir boas vendas, mas também procuraria revalorizar artistas injustamente esquecidos. E tanto é que o volume 20, é dedicado a um cantor dos mais importantes durante pelo menos duas décadas (30/40) e que hoje não é lembrado por muitos poucos: Déo (Ferjalla Rizkalla, 10 de janeiro de 1914 - 23 de setembro de 1971).

Ferreti e os históricos discos de Billy/Tom até o Bando da Lua.

AO decidir aproveitar parte de seu precioso acervo fonográfico, reunindo ao longo de 33 anos de atividades (1932/1975) musicais, a Continental teve a lucidez de procurar um dos mais organizados e competentes pesquisadores musicais deste País: O ex-radialista e advogado João Luis Ferreti, 44 anos, uma longa vivencia no meio musical.
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