Museu Paranaense abriga exposição afro-brasileira
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de maio de 1990
Lembrando o mês em que se comemora a abolição da escravatura, o Museu Paranaense expõe até o dia 23 de julho, no terceiro andar, mostra de fotos, documentos, obras literárias e objetos que retratam a história e o misticismo dos negros.
Podem ser vistos na mostra 40 fotos, em branco e preto, que retratam desde o passado de escravidão dos negros até os seus dias de hoje. Conhecidas lendas, como a do Negrinho do Pastoreio, a lenda de Chico Rei, contada em Minas Gerais ou a do Zumbi dos Palmares, surgida em terras alagoanas também ilustram a exposição.
O sofrimento e a religiosidade afro também foram cantadas em versos por Castro Alves, Souza Andrade e outros, cujas obras literárias também ficam em exposição. Há ainda pinturas reproduzidas de Jean Batist Debret, pintor francês que percorreu o Brasil do período colonial, além de ilustrações do artista Poty Lazarotto, que abordou a condição negra em sua obra "Escravos".
Instrumentos de capoeira, cedidos pela Academia Muzenza, como atabaque, berimbau, pandeiro, além de roupas e utensílios para candomblé, cedidos pela mãe Erminda, também estão à mostra no Museu. Reproduções de cartas de alforria e recibos de compra e venda de escravos são outras atrações desta mostra, organizada pelo setor Educativo do Museu.
A evolução da arte no Paraná, desde os primeiros desenhos iconográficos, como os dos viajantes que por aqui passaram, como Hans Staden e Jean B. Debret, no início do século XIX, até as obras impressionistas, da década de 20, como as de João Ghelfi e Lange de Morretes, é o tema da exposição que fica no Museu Paranaense até o dia 9 de julho, no 2º pavimento.
A mostra traz trabalhos e reproduções fotográficas dessas obras, além de livros que retratam as obras destes pintores, cujos temas eram essencialmente as paisagens paranaenses.
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