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Peri vem para lançamento do álbum de sua mãe, Dalva

Peri Ribeiro, filho de Dalva de Oliveira (Vicentina de Paula Oliveira, 1917-1972) e Herivelto Martins, 78 anos, estará em Curitiba nesta quinta-feira, por uma razão muito afetiva. Emocionado, vem prestigiar o lançamento oficial do "Estrela... Saudade", álbum duplo em que a grande cantora interpreta 30 das mais belas marchas-ranchos. A promoção é do Museu da Imagem e do Som-Paraná, valorizando assim a iniciativa do produtor Leon Barg, produtor da Revivendo, em reunir num mesmo álbum, com dois LPs, gravações feitas por Dalva de Oliveira entre novembro de 1940 ("Caçador de Esmeraldas", de Oswaldo Santiago/Humberto Porto) a outubro de 1971 ("Rancho da Esperança"). Considerada uma das cinco melhores cantoras brasileiras, Dalva de Oliveira, falecida em 31 de agosto de 1972, deixou centenas de gravações em várias etiquetas. De sua longa fase na EMI-Odeon, o produtor originalmente editados em 78 rpm e LPs para a produção de "Estrela... Saudade", com o qual marca a 50ª produção da Revivendo, em apenas dois anos. O lançamento será às 19h na Sala Antonio Mililo da Secretaria da Cultura. Na ocasião, Leon Barg, dono de uma das maiores coleções de discos do país, estará doando 20 mil gravações em 78 rpm para o acervo do Museu da Imagem e do Som. Pernambucano de Recife mas há 40 anos radicado no Paraná, Leon Barg, 60 anos, coleciona discos de música popular brasileira desde 1935. Formou, assim, um acervo imenso, que durante anos esteve distribuído em várias cidades - parte em Recife, parte em Porto Alegre e o restante em Curitiba. Há 10 anos, finalmente, conseguiu reuni-lo. Pacientemente, Leon vem completando os claros de sua coleção, estabelecendo para tanto um trabalho de pesquisa em vários estados. Agora, dispondo de duplicatas de milhares de 78 rpm, decidiu doar 20 mil deles para o acervo do MIS. Ao criar o selo Revivendo, destinado a promover reedições de tesouros da MPB, Leon Barg decidiu trazer não apenas vozes consagradas - como de Francisco Alves e Orlando Silva (dos quais montou um disco especial, a sair pelo sistema CD-laser, nas próximas semanas), mas também proporcionando que cantores(as) que tiveram curtas carreiras, restritas apenas a gravações em 78 rpm - e portanto, assim, esquecidas do público (e mesmo pouco lembradas pelos estudiosos) fossem resgatadas com aproveitamento de seus fonogramas históricos. A imprensa nacional vem dando grande destaque ao trabalho de Leon Barg. Há poucas semanas, o jornalista Ivan Lessa, correspondente da "Folha de São Paulo" em Londres, discordou da forma com que o crítico musical de seu jornal, Luís Antonio Giron, registrou os discos com reedições de Orlando Silva e Carmem Miranda, produzidos por Leon Barg. Giron respondeu e estabeleceu-se uma polêmica que serviu para que aumentasse ainda mais o interesse pela Revivendo. Para 1990, além da primeira reedição de canções com Chico Alves e Orlando Silva, em CD, Leon Barg tem programados cerca de 30 álbuns, todos com gravações da maior importância para a MPB. LEGENDA FOTO - Capa para o álbum duplo do selo Revivendo Disco: Dalva de Oliveira na 50ª produção.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
25
04/03/1990

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