Agora a recuperação é na velha estação.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de fevereiro de 1992
Um dos projetos que o prefeito Jaime Lerner acaricia para 1981 e que executará se sobrarem recursos é o de reciclagem dos casarões decretados como "unidades de preservação" da Rua Barão do Rio Branco, especialmente nas imediações da Praça Eufrázio Corrêa - uma das mais belas e acolhedoras da cidade, mas também das mais esquecidas em sucessivas administrações. A construção da estação ferroviária, há cem anos passados, fez daquela zona da cidade concentrar muitos e importantes edifícios, entre lojas comerciais, hotéis e mesmo serviços públicos, com o tempo, houve uma decadência da área, pela própria hierarquização do transporte rodoviário sobre o ferroviário. Mas sobraram casarões bonitos, com uma arquitetura representativa e que em boa hora tiveram sua preservação garantida através da ação firme do prefeito Jaime Lerner, sempre preocupado com a história e tradição da cidade.
Evidentemente não existem recursos para desapropriar todos os imóveis considerados como 'unidade de preservação", mas a boa vontade da maioria dos proprietários, faz com que se evite a destruição pura e simples de prédios representativos de uma Curitiba que cada vez mais está desaparecendo. Em especial um imóvel no final da Rua Barão do Rio Branco, esquina com a 7 de Setembro, tem um grande significado: o casarão da família Tassi, que em épocas passadas já abrigou o Hotel Estrada, posteriormente "Continental". Hoje, quase todo vazio, mostra apenas lembranças do antigo Café Brasília, embora, com imaginação e algum investimento, pudesse vir a sediar unidades de animação. Assim como a histórica Ponte Preta, também poderá receber um restaurante (por que não o "Vagão do Armistico"?), quando estiver totalmente desativada! Afinal, a cidade precisa de espaços e ocupações inteligentes.
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