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Cinema, eis o novo segmento para os grandes personagens

Quando decidiu lançar-se na produção de desenhos animados com seus personagens, Maurício de Souza sabia dos riscos. Garibaldo Luciano, recorda: - Chegamos a reunir nossa equipe e advertir de que iríamos passar por um período de vacas magras. De salários reduzidos, talvez até atrasados. Mas a nossa turma topou para ver a outra turma - a da Mônica - nas telas. Até agora, a divisão de cinema já investiu mais de US$ 700 mil para a realização dos oito episódios da série que vem sendo apresentada nas sessões Zig Zag, em cinemas de várias capitais (em Curitiba, no cine Plaza, sessões às 10, 11, 12 e 13 horas). Durante três meses - a partir de setembro do ano passado - esteve em exibição "As Novas Aventuras da Turma da Mônica". Agora, neste fim-de-semana, estreou "Mônica e a Sereia do Rio", cuja pré-estréia nacional aconteceu no sábado, 31, em Pousada do Rio Quente, a paradisíaca estância hidro-mineral onde foram rodadas as seqüências ao vivo, dirigidas por Walter Hugo Khouri, com a cantora Tetê Espíndola, que "costura" as quatro estórias: "A Gruta do Diabo", "O Jacaré de Estimação", "O Tocador de Sinos" e "A Sereia do Rio". Para 1987 já estão programados mais cinco filmes - o próximo terá seu lançamento no Festival do Cinema Brasileiro de Gramado, em fins de abril. Entre as estrelas cogitadas para participarem das partes ao vivo estão Luiz Gonzaga, Lucinha Lins e o trapalhão Mussum. Luiz Gonzaga Assis de Luca, entusiasta diretor da área de cinema, diz: - Os episódios fazem parte de uma série para televisão que totalizarão 108 histórias. Mas quando tivermos 54 prontas já começaremos a apresentá-las na televisão, não só no Brasil mas no Exterior. Com as sessões Zig Zag, nas manhãs de sábado e domingo, Maurício de Souza aproveitou um horário ocioso nos cinemas. Entusiasmado, analisa este aspecto: - Enquanto montamos essa série, jogamos no cinema, que é um canal em ressurgimento com as histórias infantis. Criamos o hábito desde a tenra idade. O projeto é importante porque, além da série da TV, queremos fazer filmes ao vivo. Neste aspecto, Maurício antecipa uma novidade: - Pretendemos fazer filmes com a turma da Mônica em vários estados. Talvez a Bahia seja um dos primeiros cenários. Como acentuou a jornalista Fátima Turci, do "Jornal do Brasil", o cinema, na verdade, está inserido dentro da filosofia de abrangência de atividades da holding. Seu custo, apesar de inferior ao do mercado internacional, é elevado, na faixa de 190 mil cruzados por um minuto de produção. O primeiro filme - realizado para lançamento em sessões normais, "As Aventuras da Turma da Mônica" (1981) já se pagou, depois de quatro anos, incluindo sua exportação. O segundo, "Mônica e o Robot" (1983), teve problemas com a Embrafilmes - o que fez Maurício desistir de novas associações com a estatal. Duas outras participações foram associadas a Renato Aragão; sendo que em "Os Trapalhões no Rabo do cometa" teve mais da metade das seqüências em desenhos. Entretanto, já em 1980, Maurício de Souza fazia as primeiras experiências em filmes especiais: "Natal da Mônica", "Natal do Bidu", "Um Cachorro bem treinado", "O último desejo" e "Oh! que dia". O cinema é hoje um dos segmentos mais importantes para Maurício de Souza. Como ele explicou na semana passada, em Pousada do Rio Quente, a imagem fortalecida com os filmes gera atividades paralelas que acabam cobrindo as despesas e gerando lucros para novos investimentos. Luca, reportando-se ao pensamento de Celso Cilento, diretor comercial, diz: - O empreendimento sozinho seria um projeto temerário, principalmente no Brasil, mas quando um filme é lançado repercute nas demais atividades. A interação possibilita manter o círculo virando. LEGENDA FOTO 1 - Maurício de Souza, Tetê Espíndola e Walter Hugo Khouri, nas filmagens das cenas ao vivo de "Mônica e a Sereia do Rio ", rodado na Pousada do Rio Quente, em Goiás. LEGENDA FOTO 2 - "Mônica e a Sereia do Rio", segunda produção em episódios, para exibição nas sessões matinais (em Curitiba, cine Plaza), traz os queridos personagens de Maurício de Souza.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
5
15/02/1987

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