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Fama Filmes

Artigo em 26.04.1975

A fauna que tradicionalmente prestigia as badalativas vernissages de nosso mundo plástico, estava meio restrita, quinta-feira, na inauguração das boas gravuras de Edith Behring, Esther Neugroschel, Maqria Bonomi, Clarisse Gueller, Dionízio Del Santo, Reina Katz, Paixão e Lyria Palombini, na galeria Cocaco. Em compensação, houve uma presença nova: o advogado Wolodymyr Petryshyn, 33 anos, checolosvaco radicado em Toronto, que percorre a América do Sul com uma curiosa missão: encaminhar documentação de imigrantes interessados em se radicarem no Canadá.

O Cinema I fecha e o frio assusta público

Salvo decisão de última hora, o Cinema I estará com suas portas fechadas a partir de hoje. O simpático e acolhedor cinema da Rua Saldanha Marinho, inaugurado há quase 20 anos, fecha por tempo ideterminado, oficialmente para uma reforma geral, falando-se até em sua transformação em duas salas - dentro da filosofia de minissalas que passou a caracterizar a exibição a partir dos anos 70.

Fusões e desquites entre as produtoras

As modificações na cinematografia não ficam apenas na inesperada decisão dos diretores da Fama Filmes em fechar (temporariamente?

Cinema I reabre e João deixa a Fama

Se há 15 anos era a então sensual Rachel Welch, na "Espiã que Caiu do Céu" que inaugurava o Cine Excelsior, agora, para a reabertura do mesmo cinema da rua Saldanha Marinho - mas há anos com o nome de Cinema I - é uma morena mignon, francesa, que enfeitará a tela a partir de amanhã, em 4 sessões: Beatrice Dalle, a "Betty Blue 37, 2 da Manhã", que há uma semana já está sendo vista no Astor, transfere-se a partir de amanhã para novo endereço cinematográfico.

Jornal da Tela

Com números na mão, João Aracheski, executivo da Fama Filmes no Paraná e Santa Catarina, lamenta informar: se, em 90 dias, a renda do Cinema 1 continuar em vermelho, Curitiba perde seu único cinema de arte e ganha mais uma casa de pornochanchadas e filmes na linha Kung-Fu, em sessões corridas, como os poetas Arlequim, Scala e Glória. Comparando não a São Paulo ou Rio - metrópoles que comportatam o funcionamento de casas especializadas em filmes de arte mas com cidades como Porto Alegre, Belo Horizonte , Recife e Salvador, Aracheski indaga: onde está o público que vive a exigir bons filmes?

Jornal da Tela

Melhorando a dieta cinematográfica, nesta temporada, em que os exibidores lançam produções nacionais, para cumprir a lei da obrigatoriedade, um filme de visão obrigatória: "Marília e Marina" (cine Bristol, a partir de hoje, 4 sessões). Inspirado num dos mais belos poemas de Vinícius de Moraes, o cineasta carioca Luís Fernando Goulart, 35 anos, 15 de cinema, muitos documentários, fez um filme que tem merecido elogios da crítica, boa aceitação do público e inclusive premiações, como o troféu de melhor montagem, para Nello Melli, no IX Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. xxx

Clássicos do cinema

Poucas vezes houve oportunidade de, numa semana, rever (para os mais velhos) ou conhecer (para os jovens interessados) tantos filmes importantes, como os que estão programados a partir de hoje, "no cinema de arte". A semana de clássicos deveria ter iniciado ontem, com "A Bela e A Fera", de Jean Cocteau, mas como a cópia não chegou a tempo, foi adiada para hoje, com um filme importante sobre todos os pontos de vista: "O momento da Verdade".

Últimas (e primeiras) sessões de cinema

Apesar de quase mensalmente velhas casas de exibição terem suas últimas sessões impossibilitadas de continuarem num ramo comercial de precárias rendas , existe ainda quem acredita nas possibilidades lucrativas da exibição cinematográfica. Como o sr. Valdir Lima, que na próxima terça - feira , dia 15, inaugura um cinema de 35mm, 600 poltronas estofadas , na distante cidade de Nova Santa Rosa, exibindo o filme "Os Sobreviventes dos Andes", uma das 10 produções de maior bilheteria em Curitiba no ano passado.

Um filme surpreendente

Ao lado das superproduções cujo esquema promocional inicia muitos meses antes de ser dado o primeiro rodar de manivela da câmara (embora hoje já não exista mais manivelas, pois as câmaras são automáticas) o que se traduz em sucessos garantidos de bilheteria, há também os filmes de esquemas menos ambiciosos mas que, através da competição em festivais internacionais e boa repercussão junto a crítica chegam precedidos de uma campanha favorável, atraindo ao menos a parcela mais interessada em cinema como manifestação artística.
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